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Mas afinal, por que “abrimos” mão de nossa autenticidade nas relações?

Aprofundando nos medos que sentimos…

Comumente, abrimos mão de nossa autenticidade nas relações por MEDO da reação do outro, medo de sermos punidos caso nossa verdade seja incômoda e não possa ser acolhida. A gente escolhe o “amor” em lugar da liberdade, escolhemos a aceitação em lugar da autonomia. E por mais que alguns de nós sejamos conscientes desses padrões de comportamento, não conseguimos modificá-los. 

Mas por que isso acontece? 

Não é que sejamos loucos nem nada… só que a maioria de nós, incluindo eu e talvez você, fomos educados sob o paradigma do amor condicional. Isso quer dizer que aprendemos, desde crianças, que para receber amor não basta SER quem somos, o amor está condicionado ao que nós fazemos ou deixamos de fazer. Assim, ao menor sinal de desagrado dos então adultos de nossas vidas, nós corríamos o risco de perder o amor e a aceitação, de deixar de fazer parte.

Foi assim que começamos a sentir esse medo, que carregamos para nossas vidas e relações adultas. E hoje, ele condiciona nossas escolhas na tentativa de suprir as necessidades de amor, aceitação e pertencimento cronicamente insatisfeitas, na infância.

Entenda que essa não é uma crítica aos nossos pais e outros adultos responsáveis por nossos primeiros anos de vida. Mas sim, a descrição de um fenômeno (trágico) causado pela reprodução de aprendizados sócio-culturais a que eles foram submetidos.

E é também um convite para que você, ao tomar consciência de como se processa esse aprendizado de abrir mão da própria autenticidade, autonomia e liberdade, não o reproduza com as crianças da sua vida (filhos, sobrinhos, alunos, irmãos, etc.). Que você não condicione o amor que é capaz de lhes oferecer ao fato de eles serem como você gostaria que eles fossem ou que façam o que você queria que eles fizessem. Ao invés disso, que você possa amá-los sendo quem são, para que quando adultos, diferente de nós, eles possam ser livres!

E quanto a nós adultos, que a gente possa conversar com nossas crianças internas e contar-lhes que não precisamos mais abrir mão de tanto, por medo de não receber amor. Hoje, podemos nos valer de muitas outras estratégias para apoiar a satisfação de nossas necessidades. A gente não precisa mais daqueles primeiros adultos que nos acompanharam quando 100% de nossas necessidades precisavam ser satisfeitas por outros seres humanos. E tão pouco precisamos transferir essa responsabilidade para nossos pares afetivos, eles não são nossos pais e nós precisamos aprender definitivamente a deixar de lado essas projeções.

Talvez, quando você escolher ser quem você realmente é nas suas relações, algumas pessoas possam mesmo “ir embora”… Mas certamente, essas pessoas não estão preparadas para amar VOCÊ, mas apenas QUEM ELAS GOSTARIAM QUE VOCÊ FOSSE. E eu posso garantir que você nunca estará satisfeito com esse tipo de amor. 

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